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em foco
Quatro dias — O treinamento de Porta Revestida linguagem corporal, pois o conteúdo técnico da
em ACM foi realizado no chão de fábrica de uma serralheria é universal”, conta Junior. “Mesmo
unidade do Grupo Maikoon e a consultoria, no sem falar uma palavra, todos se entendiam
escritório e também no chão de fábrica para apenas por gestos e ações, e se antecipavam ao
algumas análises, conforme destaca Júnior. líder de produção na tradução”.
“Nosso trabalho durou quatro dias e teve como
objetivo a melhoria de processos, aumento de Receptividade — Os consultores do Canal do
produtividade e aperfeiçoamento profissional de Serralheiro contam que os árabes têm uma
dois executivos da empresa saudita, um líder de receptividade muito calorosa. “Nos trataram da
fábrica e cinco operários”, diz. melhor maneira possível. Ao saber que somos
Segundo o consultor brasileiro, o mercado saudita de fora, fazem questão de nos tratar bem e de
utiliza tecnologia construtiva na área de esqua- nos ensinar um pouco da cultura deles, que é
drias similar à que encontramos no Brasil. riquíssima e bem interessante”.
“Na consultoria com os executivos utilizamos
100% do inglês de forma fluente, sem a necessi-
dade de tradutores”, salienta Júnior, lembrando
que, na parte do treinamento, pelo fato de o
líder de produção ser indiano e falar inglês, ele
fazia a tradução simultânea para o idioma hindu
quando estava perto. Na equipe havia indianos
e paquistaneses.
“No entanto, ao longo dos dias de treinamento e
em 80% do tempo, o professor Alexandre Araujo
comunicou-se com os operários por meio da
Júnior Araujo (à direita) durante encontro de consultoria
com um dos executivos do Grupo Maikoon
O professor Alexandre Araujo no treinamento
prático na fábrica da empresa em Taif
ALGUNS COSTUMES ÁRABES
Júnior destaca que a Arábia Saudita é uma monarquia absoluta • “Um costume local é que eles evitam a mão esquerda para
e que o fim de semana naquele país ocorre na sexta-feira e no pegar alimentos e estender para um aperto de mão ou algo
sábado. “É um país teocrá co, que tem como base a República parecido, pois eles entendem que a mão esquerda é impura”.
Islâmica, então não existe uma cons tuição civil como no Brasil. • “Há, ainda, as roupas diferenciadas, como a thobe (roupa
Lá, quem dita as regras da população é o Alcorão, o livro sagrado masculina longa, que vai até os pés), vista como um terno, uma
dos muçulmanos”, observa. roupa para ocasiões especiais”.
• “Um fato que achei interessante é que eles rezam cinco vezes • “O governo da Arábia Saudita usa a lei islâmica Sharia. Por isso,
por dia. Quando chega o momento de rezar soa uma sirene nas em locais públicos as mulheres devem ves r uma roupa preta que A porta finalizada e instalada pelos funcionários treinados
Mesquitas, avisando que é hora de rezar. Mesmo estando no meio cobre todo o corpo, conhecida como abaya, e também cobrir os
de uma reunião de negócios, os árabes pedem licença, fazem a cabelos. Na teoria, as mulheres não são proibidas de mostrar o
sua oração e depois retornam”. rosto, mas, na prá ca, grande parte delas costuma cobrir o rosto”.
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